A Santa Missa é o centro da vida da Igreja e o maior mistério da fé cristã. Nela, torna-se presente o sacrifício de Cristo na cruz, de modo incruento, sob as espécies do pão e do vinho. O Concílio Vaticano II, na Sacrosanctum Concilium (n. 7), ensina que a liturgia é “o exercício do sacerdócio de Cristo”, e a Eucaristia é sua expressão mais perfeita.

Jesus instituiu a Eucaristia na Última Ceia: “Isto é o meu Corpo… Este é o cálice do meu Sangue” (Mt 26,26-28). Ele ordenou: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19), confiando à Igreja a missão de perpetuar seu sacrifício redentor até o fim dos tempos.

O Mistério do Sacrifício

Na Missa, Cristo se oferece ao Pai como na cruz, mas de forma sacramental. O Catecismo (CIC 1367) ensina:

“O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: é a mesma vítima que se oferece agora por ministério dos sacerdotes, sendo diferente apenas o modo de oferecer.”

A Missa, portanto, não é uma simples recordação, mas uma atualização real do mistério pascal: a morte e ressurreição do Senhor. Por meio dela, os fiéis participam da entrega total de Cristo ao Pai, unindo seus próprios sofrimentos e ações ao sacrifício redentor.

Presença Real de Cristo

Jesus está presente na Missa de quatro modos: na assembleia reunida em seu nome, na pessoa do sacerdote, na Palavra proclamada e, de modo substancial e singular, nas espécies eucarísticas. “Sob as espécies do pão e do vinho, Cristo está presente, verdadeiro, real e substancialmente” (CIC 1374).

A transubstanciação — transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo — é um dogma da fé católica, definido pelo Concílio de Trento (DS 1642). Assim, a Missa é a renovação do amor de Cristo que se doa totalmente à humanidade.

A Estrutura da Missa

A celebração se divide em duas grandes partes: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística. Na primeira, Deus fala ao seu povo; na segunda, o povo oferece o Cordeiro imolado ao Pai. Ambas são inseparáveis, pois o mesmo Cristo que fala é o que se oferece.

O CIC 1346 ensina que “estas duas partes formam um só ato de culto”, conduzindo-nos à comunhão com Deus.

Frutos Espirituais

A Santa Missa alimenta, purifica e fortalece o cristão. É “fonte e ápice de toda a vida cristã” (Lumen Gentium, 11). Pela Eucaristia, somos incorporados mais profundamente a Cristo e à Igreja, e recebemos o penhor da vida eterna (Jo 6,54).

A Missa é, portanto, o maior dom que o Céu concedeu à Terra: nela, o Cordeiro de Deus continua oferecendo-se por amor. Quem participa com fé toca o coração de Deus e antecipa, na Terra, a alegria eterna do Céu.

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Fonte: Livro "Santa Missa: Parte por Parte", de Pe. Leôncio Duarte (Editora Canção Nova)